sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Norma Maquetren - Via dupla (I)

A leitura deste post não substitui a leitura das normas Maquetren, sendo apenas uma mera apresentação das mesmas. Poderão encontrá-las no site da revista.

Tal como referi no post anterior, esta norma foi desenvolvida pela revista espanhola Maquetren em meados da década de 1990 e, após a sua publicação, rapidamente conquistou adeptos em Espanha e, de forma mais tímida, em Portugal, o que tornou possível a realização dos Encontros de Módulos, primeiro apenas a nível nacional em Espanha e mais tarde a nível ibérico. A norma abrange módulos de via única e de via dupla, sendo que apenas irei abordar os de via dupla, por ser os que eu uso e, por isso, por os conhecer melhor.
Um dos aspectos mais básicos da norma prende-se com a nomenclatura a dar aos vários lados de um módulo. Assim, foi definido que a cada um dos quatro lados de um módulo corresponde um ponto cardeal, sendo o norte o lado do fundo. Os restantes pontos obtém-se seguindo o sentido dos ponteiros do relógio, tal como se mostra na figura seguinte.

Os "pontos cardeais" de um módulo

O módulo é, como se depreende da imagem, um caixote, tendo 92cm de comprimento, 40 de largura e 9 de altura. No lado norte é aparafusada uma placa de 92 cm por 32 que servirá de fundo para a decoração. A madeira usada deverá ter 10 mm de espessura e é aconselhado o uso de contraplacado. O conjunto é completado com duas patas de madeira com 110cm de comprimento.
Note-se que no que diz respeito à largura a medida deverá ser respeitada nos extremos dos módulos (lados Leste e Oeste), de forma a que não haja surpresas na hora da montagem do módulo. Exceptuam-se os casos de módulos que pertençam a conjuntos (por exemplo, quando representam uma estação) onde a ligação entre os módulos intermédios poderá ter outra largura que não a da norma. Mas mesmo nestes casos os módulos extremos deverão respeitar sempre a largura definida do lado em que se juntam a outros módulos que não sejam os do conjunto. Também na altura se passa o mesmo, havendo módulos que, respeitando os 9 cms nos extremos, têm maior ou menor altura no centro, dependendo da decoração ou ambientação que se pretenda (passagem por montanha, travessia de um vale, etc.)

Furos dos lados Oeste e Leste para fixação aos módulos adjacentes
(desenho da Revista Maquetren)

A fixação entre os módulos é feita através de parafusos e porcas, sendo, para isso feitos 3 furos de 10mm nos lados Oeste e Leste, espaçados entre si de 10 cm (sendo os cálculos sempre feitos tendo o lado norte como referência) e a uma distância de 5 cm a contar do topo de módulo. Estes furos serão usados para a fixação do módulo aos colaterais (na prática apenas se usam os dois furos dos extremos, raramente sendo usado o central).
Colocação das vias e distância entre os entre-eixos das mesmas

Também a montagem da via se guia por regras precisas, caso contrário os carris dos vários módulos não se encontram. Para tal acha-se o centro do módulo (a partir do lado norte), marca-se o mesmo e a partir daí traçam-se os centros das duas vias, equidistantes 31mm do centro do módulo (ficando assim com uma distância entre os eixos das duas vias de 62mm). Estes valores e procedimentos dizem respeito apenas às duas vias principais, não sendo obrigatórias para outras vias ou, tal como no que diz respeito às medidas dos módulos, quando se usam conjuntos de módulos. Em termos de nomenclatura a via 1 (V1) corresponde à que se encontra do lado norte e a via 2 (V2) a que se encontra do lado sul
Eis uma situação que seguindo a norma se consegue evitar. Infelizmente já houve situações semelhantes nalguns encontros realizados, devido a erros de cálculo

Para uma compreensão total do que aqui foi dito aconselho a leitura na íntegra da norma.
Estarei sempre disponível para responder às vossas questões (poderei não ser rápido a responder).
Outro local onde poderão encontrar quem vos fale deste vício é a APAC (Associação Portuguesa dos Amigos Caminhos-de-ferro).

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