domingo, 20 de dezembro de 2009

sábado, 5 de dezembro de 2009

Uma surpresa




O balastreiro da Sud Express. É essa a surpresa. O que me surpreendeu não foi o lançamento do modelo, anunciado há já algum tempo (e com direito à reserva de 4 referências da minha parte). A surpresa foi eu estar à espera de um modelo em plástico e vir um modelo em metal
De resto, o modelo parece-me estar muito bom e detalhado, e digo "parece-me" porque não sou daqueles que vai ao rebite ou ao milímetro (sim, já me contaram que houve quem tivesse críticado as barreiras da Próximus por estas estarem sobre ou subdimensionadas 1 mm - são 8,7 cm à escala!), mas têm o mesmo problema dos Uacs: as peças de detalhagem que já vêm instaladas têm uma certa "aversão" ao vagão e, para já, já fiquei com um volante de freio caído na caixa (tive sorte, caiu mesmo na caixa quando retirei o vagão de lá).
Outro pormenor de grande interesse: a caixa de plástico na qual o vagão vem já tem um formato a contar com carga no vagão (a qual, para quem não a queira fazer, já está à venda pela mão da própria Sud Express).

Pormenor da caixa encurvada que permite a colocaçao de carga no vagão
Em jeito de conclusão, para mim este é mais um pequeno grande modelo vindo da Sud Express, coisa a que já vamos ficando habituados.

sábado, 14 de novembro de 2009

Gabari


Aqui está um instrumento relativamente simples de fazer (pode ser usado plástico ou cartão grosso), mas que dá um jeito daqueles na hora de construir maquetes, principalmente em taludes, túneis ou zonas de estação com as suas plataformas e cais cobertos e descobertos.
Fiz o meu usando Evergreen de 1mm mas, tal como disse, pode ser usado qualquer outro material, desde que o mesmo ofereça suficiente rigidez para não nos induzir em erro quando se fazem as medições. As medidas que usei foram as constantes na norma NEM 102 (para via recta) da Morop e cujas normas podem ser acedidas gratuitamente no site desta organização.
Para evitar eventuais "desgostos" aconselho a acrescentar mais 1 mm à largura e à altura. O "P" e o "M" indicam o lado a usar para as plataformas de Passageiros e para as plataformas de Mercadorias.
O diagrama e quadro seguintes foram retirados da norma NEM102 a qual, e como já referi, se aplica apenas para vias rectas. Para vias curvas a norma a consultar é a NEM103. Para via estreita a norma é a NEM104.

A leitura deste post não substitui a leitura das normas NEM.

sábado, 5 de setembro de 2009

Levantar carril - as imagens (possíveis)

Para que não fiquem muito tempo à espera publico as imagens realmente possíveis do que era antes e do que ficou depois. Fica a faltar o "meio" da história (que cabeça a minha, pensar que tenho que fotografar, não o fazer e ainda ficar convencido de que o fiz!).

Nesta imagem vê-se o módulo 2 de Santa Eulália (lado de Elvas) numa fase mais antiga (aquelas plataformas em madeira há muito que desapareceram), mas onde se pode ver a via Roco Line com o seu balastro.
Agora, mas para o módulo 1, lado de Assumar, com o balastro já retirado e substituído pela corticite, excepto, como disse anteriormente, na agulha. Falta agora pintar a via (carril e travessas) e colocar o balastro.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Levantar carril

Pois é. Não é só na vida real que esta tarefa ocorre.
Nos últimos dias andei a levantar (literalmente) carril do módulo 1 de Santa Eulália (em termos simplistas, do lado do Assumar). Tudo isto porque usei a antiga (por já não se fabricar) via Roco balastrada, a qual revelou causar problemas no "monta e desmonta" que é a vida de um módulo Maquetren.
Assim, optei por levantar a via toda e substituir o balastro pela tradicional corticite. Exceptuam-se as agulhas nas quais a retirada do balastro Roco implicaria a destruição da mecânica da mesma. Por sorte que eu tinha optado por não colocar nenhuma delas nos topos dos módulos, pelo que não haverá balastro Roco na ligação entre módulos. A corticite usada foi a de 5mm de espessura, de forma a compensar a altura do balastro Roco ainda existente nas agulhas.
Todo este processo requereu várias confirmações, tendo a corticite sido colada após ter a certeza de que tudo batia certo e de ter efectuado algumas correções com o x-acto.
Depois de coladas as várias peças de corticite, coloquei provisoriamente a via sobre a mesma para proceder à marcação dos pontos onde iriam sair os cabos de alimentação. Esta operação serviu para que os cabos "apareçam" à superfície entre as travessas, evitando-se assim a passagem de cabos sob as travessas, situação que implicaria mais trabalho na corticite, ao ser necessário escavar trincheiras para a passagem dos cabos, sob risco da via levantar. Depois desta marcação procederam-se aos respectivos furos, tendo-se colocado os cabos necessários nos seus devidos lugares.
Após esta operação efectuou-se a montagem da via com, mais uma vez, bastantes verificações das distâncias entre as mesmas, para que no final tudo bata certo. Depois da via estar no sítio, e com o auxílio de pregos para a segurar, colocou-se cola branca na superfície da corticite, ficando a via assente dessa forma. Após secagem da cola os pregos podem ser retirados.
Segue-se agora, e para o módulo 1, a soldagem dos cabos à via, a balastragem da mesma e o envelhecimento e aplicação de patine em todo o conjunto.
Prometo colocar fotos dos trabalhos em breve!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

A Norma Maquetren - Via dupla (II) - Cablagem

A leitura deste post não substitui a leitura das normas Maquetren, sendo apenas uma mera apresentação das mesmas. Poderão encontrá-las no site da revista.

Depois de apresentada a parte relativa à infraestrutura do módulo, passemos agora para a parte eléctrica.
Inicialmente a Norma Maquetren apenas definia a cablagem para sistemas analógicos, os quais são o tradicional conjunto de transformador mais um par de fios a ligá-lo à linha, ficando o controlo de velocidade do comboio dependente da voltagem saída do transformador. Actualmente a parte da norma referente ao sistema de cablagem analógico já se encontra revogado, tendo sido substituído pelo sistema digital, sendo que nos encontros de módulos já se usa apenas este último.
Atendendo a que muita gente ainda possuí muito material analógico, vou apresentar, sumariamente, o sistema analógico.
Eram usados 4 pares de cabos, 2 para alimentação das vias e 2 para acessórios alimentados a CA, sendo que, na prática, apenas se usava um destes últimos pares. As cores dos cabos eram codificadas para evitar problemas na hora da montagem dos layouts:
  1. Via 1 (via do lado norte) - vermelho para o carril norte, azul para o carril sul
  2. Via 2 (via do lado sul) - branco para o carril norte, cinzento para o carril sul
  3. Circuito 1 de CA - amarelo e verde
  4. Circuito 2 de CA - preto e castanho
Estes cabos eram ligados aos dos módulos adjacentes através de fichas do tipo ponto-traço, ficando as fichas fêmea do lado oeste e as macho do lado leste (para facilitar criei a mnemónica FOME: Fêmea-Oeste-Macho-Este).
As ligações aos pernos das fichas eram:
  1. Vermelho-plano, azul-redondo
  2. Branco-plano, cinzento-redondo
  3. Amarelo-plano, verde-redondo
  4. Castanho-plano, verde-redondo
Esta parte da norma acabou, como disse, por ser anulada a se ter introduzido o sistema digital nos modulos, o qual implicou a reformulação de toda a parte eléctrica. Assim, teremos:
  1. Um bus digital para os descodificadores das locomotivas e de acessórios digitais, composto por um par de cabos preto e vermelhor de 1,5mm2 de secção, do qual saem as ligações à via, compostas por um par de cabos das mesmas cores, mas com uma secção de 0,5mm2
  2. Um bus de booster que servem para ligar a central digital aos boosters - amplificadores de sinal - que possam existir no layout. É formado por três cabos de 0,25mm2 de cores cinzenta, preta e vermelha
  3. Um bus analógico, que leva a ca de 16 V para acessórios não digitais (candeeiros, por exemplo) e que é um par de cabos de cores amarelo e castanho com secção de 0,25mm2.
  4. Bus Loconet, que liga todos os comandos à central, composto por um cabo especial de 6 fios (tipo cabo de rede)
Todos estes cabos deverão ter, pelo menos, 120 cm para garantir a ligação ao módulo adjacente. Como regra deveremos contar com 92 cm (comprimento do módulo) mais 30 cm.
As ligações serão feitas com o auxilio de uma caixa onde ficarão as várias fichas fêmea dos vários circuitos (excepto o Loconet), ficando a mesma situada sob o tampo do módulo junto ao canto Norte-Este, a uma distância de cerca de 10/15 cm do lado Este.
Desta caixa partem as várias ligações para alimentar o próprio módulo, sendo que as ligações para o ciruito de AC (cabos amarelo e castanho) poderão não ser necessárias no caso de módulos onde não existam acessórios.
Do bus digital sai um par de cabos de 0,5mm2 cada para alimentação das vias, ficando o cabo vermelho nos carris do lado norte e o preto nos carris do lado sul (note-se que no digital não são necessários circuitos independentes para as duas vias). Se se usarem acessórios digitalizados (motores de agulhas, por exemplo) os mesmos deverão ser alimentados por uma outra ligação, a qual ligará a este bus.
As fichas a usar variam de acordo com o bus:
  1. Bus digital: 1 banana preta e outra vermelha de 4mm de diâmetro e respectivas fichas femea para a caixa de ligações de 16A de intensidade
  2. Booster: 2 fichas fêmea (para a caixa) DIN de 3 polos e 1 macho, de 3A de intensidade
  3. Analógico: 1 ficha fêmea (para a caixa) de diâmetro interno de 2,1mm e 1 macho de 2,1mm de diâmetro interno e 5,5mm de externo, com uma intensidade de 16A
  4. Para o Loconet: caixa de 6 conectores no lado este e ficha macho (tipo "Western") no lado oeste
As ligações a fazer são as que se seguem nas imagens seguintes:


Desenho da Revista Maquetren
O cabo castanho liga-se à parte exterior das fichas


Na caixa de ligações teremos então 1 ficha vermelha e 1 ficha preta para o bus digital, 2 fichas DIN de 3 polos para o booster, sendo que ficam conectadas uma à outra de forma permanente e uma ficha de diâmetro de 2,1 mm para o circuito analógico. Todas elas são fêmeas.

Para uma compreensão total do que aqui foi dito aconselho a leitura na íntegra da norma.
Estarei sempre disponível para responder às vossas questões (poderei não ser rápido a responder).
Outro local onde poderão encontrar quem vos fale deste vício é a APAC (Associação Portuguesa dos Amigos Caminhos-de-ferro).

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A primeira aventura - O Monte dos Ovinos

Quando em finais de 2005 me perguntaram se eu estaria interessado no Encontro Ibérico de Módulos seguinte (que se realizou em Astorga, Espanha, em Abril de 2006) fiquei entusiasmado e, ao mesmo tempo, em pânico: mas vou participar com o quê?
Na realidade, não só não tinha nada feito, como também nunca tinha feito ou participado na feitura de nada deste género. Andava já há 2 anos a trabalhar na minha estação de Santa Eulália (e continuo), mas achei que para um neófito 3 meses para pôr uma estação a mexer seria demais. Assim fiz agulha para outra via e construi um módulo de plena via, sem nada de especial, e ao qual, e por imposição das regras dos encontros que a isso obrigam, acabei por batizá-lo de Monte dos Ovinos.
Em termos muito simplistas, este módulo é apenas o caixote das normas Maquetren mais as duas vias e com uma decoração muito básica mais para tapar a madeira que para outra coisa. No final do trabalho acabou por ficar o que aqui se vê, na foto 1, uma coisa muito insípida, e sem grande graça. Mas era o meu módulo!
Nesta fase, o módulo tinha, ao fundo, algumas ovelhas do lado esquerdo (e que deram o nome ao mesmo), um terreno vazio, a fazer as vezes de campo lavrado (e que nesta foto levou com um helicóptero em cima), um caminho rural (onde está o Unimog com o reboque) e mato, com duas colmeias laranjas, para quebrar a monotonia. Do lado sul (à frente, portanto), temos campo, o caminho rural anterior (que atravessa a linha numa PN sem guarda) e mais um campo lavrado. O fundo era uma simples cartolina azul sem qualquer pintura.
Mais tarde resolvi enriquecer um pouco toda aquela miséria e assim os campos lavrados acabaram por dar lugar a uma seara (o campo do lado norte), ou mato com uma anta (do lado sul). Também o rebanho foi aumentado, acabando por usar todas as ovelhas que vinham na caixa. À frente apareceram uns caçadores e uns turistas a visitar a anta. Também o piso do caminho foi melhorado, com material mais apropriado. O fundo ganhou uma linda paisagem ao melhor estilo naïf, o que acabou por dar um aspecto mais interessante àquilo.
Com estes pequenos acrescentos o módulo passou a ter alguma vida.
Contudo continua a não ser perfeito. Uma das lições que eu tirei da feitura deste módulo é que devemos dar sempre volume aos módulos (e maquetes). O Monte dos Ovinos acabou por ficar uma coisa extremamente plana, onde a parte mais alta do módulo é o topo dos carris e onde não há uma única elevação ou depressão digna desse nome. Isto cria um efeito de prancha ou tábua-de-engomar e, principalmente, não permite que se esconda ou disfarce a transição do piso do módulo para o fundo.
O que aprendi neste módulo foi:

  1. Em módulos ou troços de maquete em plena via, devemos criar sempre relevos. Na natureza não existem terrenos totalmente planos
  2. Criar sempre barreiras visuais que tapem ou disfarcem a transição do piso do módulo/maquete para o fundo
  3. Estudar bem quais os materiais a usar para que se consiga obter o efeito desejado.
Pelo menos estes 3 pontos irão ser sempre tidos em conta no futuro. Não garanto é que não venha a cair noutros erros.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Norma Maquetren - Via dupla (I)

A leitura deste post não substitui a leitura das normas Maquetren, sendo apenas uma mera apresentação das mesmas. Poderão encontrá-las no site da revista.

Tal como referi no post anterior, esta norma foi desenvolvida pela revista espanhola Maquetren em meados da década de 1990 e, após a sua publicação, rapidamente conquistou adeptos em Espanha e, de forma mais tímida, em Portugal, o que tornou possível a realização dos Encontros de Módulos, primeiro apenas a nível nacional em Espanha e mais tarde a nível ibérico. A norma abrange módulos de via única e de via dupla, sendo que apenas irei abordar os de via dupla, por ser os que eu uso e, por isso, por os conhecer melhor.
Um dos aspectos mais básicos da norma prende-se com a nomenclatura a dar aos vários lados de um módulo. Assim, foi definido que a cada um dos quatro lados de um módulo corresponde um ponto cardeal, sendo o norte o lado do fundo. Os restantes pontos obtém-se seguindo o sentido dos ponteiros do relógio, tal como se mostra na figura seguinte.

Os "pontos cardeais" de um módulo

O módulo é, como se depreende da imagem, um caixote, tendo 92cm de comprimento, 40 de largura e 9 de altura. No lado norte é aparafusada uma placa de 92 cm por 32 que servirá de fundo para a decoração. A madeira usada deverá ter 10 mm de espessura e é aconselhado o uso de contraplacado. O conjunto é completado com duas patas de madeira com 110cm de comprimento.
Note-se que no que diz respeito à largura a medida deverá ser respeitada nos extremos dos módulos (lados Leste e Oeste), de forma a que não haja surpresas na hora da montagem do módulo. Exceptuam-se os casos de módulos que pertençam a conjuntos (por exemplo, quando representam uma estação) onde a ligação entre os módulos intermédios poderá ter outra largura que não a da norma. Mas mesmo nestes casos os módulos extremos deverão respeitar sempre a largura definida do lado em que se juntam a outros módulos que não sejam os do conjunto. Também na altura se passa o mesmo, havendo módulos que, respeitando os 9 cms nos extremos, têm maior ou menor altura no centro, dependendo da decoração ou ambientação que se pretenda (passagem por montanha, travessia de um vale, etc.)

Furos dos lados Oeste e Leste para fixação aos módulos adjacentes
(desenho da Revista Maquetren)

A fixação entre os módulos é feita através de parafusos e porcas, sendo, para isso feitos 3 furos de 10mm nos lados Oeste e Leste, espaçados entre si de 10 cm (sendo os cálculos sempre feitos tendo o lado norte como referência) e a uma distância de 5 cm a contar do topo de módulo. Estes furos serão usados para a fixação do módulo aos colaterais (na prática apenas se usam os dois furos dos extremos, raramente sendo usado o central).
Colocação das vias e distância entre os entre-eixos das mesmas

Também a montagem da via se guia por regras precisas, caso contrário os carris dos vários módulos não se encontram. Para tal acha-se o centro do módulo (a partir do lado norte), marca-se o mesmo e a partir daí traçam-se os centros das duas vias, equidistantes 31mm do centro do módulo (ficando assim com uma distância entre os eixos das duas vias de 62mm). Estes valores e procedimentos dizem respeito apenas às duas vias principais, não sendo obrigatórias para outras vias ou, tal como no que diz respeito às medidas dos módulos, quando se usam conjuntos de módulos. Em termos de nomenclatura a via 1 (V1) corresponde à que se encontra do lado norte e a via 2 (V2) a que se encontra do lado sul
Eis uma situação que seguindo a norma se consegue evitar. Infelizmente já houve situações semelhantes nalguns encontros realizados, devido a erros de cálculo

Para uma compreensão total do que aqui foi dito aconselho a leitura na íntegra da norma.
Estarei sempre disponível para responder às vossas questões (poderei não ser rápido a responder).
Outro local onde poderão encontrar quem vos fale deste vício é a APAC (Associação Portuguesa dos Amigos Caminhos-de-ferro).

terça-feira, 7 de julho de 2009

O que é um módulo?

Panorâmica do Pavilhão Multiusos do Entroncamento no Encontro de Módulos Maquetren de Outubro de 2008
Maquete Modular em Y

Para a maioria das pessoas uma maquete de comboios é uma linha, geralmente oval, com uns quantos desvios para quebrar a monotonia, colada a uma base de madeira e onde um maluco passa os dias a olhar para um ou vários comboios a dar voltas intermináveis durante horas a fio. Isso é verdade quando aplicado às maquetes tradicionais.
Em meados do século passado as coisas começaram a mudar, inicialmente de forma lenta, mas depois, tal como um comboio, com velocidade crescente. Começaram a surgir outras filosofias de maquetes, como as ponto-a-ponto, as maquetes em 'I', 'E', 'U', forma de 'osso', as micro-maquetes, autênticos dioramas funcionais (para mais informações sobre este tipo de maquetes aconselho vivamente uma visita ao site Micro/Small layouts) e, as que para aqui interessam, as maquetes por módulos.
A ideia dos módulos em maquetes é idêntica à dos módulos, por exemplo, aplicados ao mobiliário. Com várias peças mais pequenas vai-se criando uma peça maior e de acordo com as nossas necessidades: uma escrivaninha aqui, daquele lado uma estante aberta e do outro outra fechada. As maquetes por módulos funcionam de igual forma, mas com uma vantagem adicional face aos móveis por módulos que é a de serem montados e desmontados muito mais facilmente (não conheço ninguém que passe o tempo a montar e a desmontar os móveis). Isso permite uma maior versatilidade que as maquetes tradicionais:
  1. Apenas ocupam espaço na casa quando estão a ser usadas. Quando não estão podem ser simplesmente desmontadas e arrumadas a um canto;
  2. Ao contrário das maquetes tradicionais, nas maquetes por módulos temos uma grande liberdade de mudar todo o layout sem que, para tal, tenhamos que desmanchar o que já temos feito;
  3. Esta versatilidade torna todo o jogo mais interessante, não se caindo na monotonia de uma maquete indeformável. Assim, se num dia nos apetece fazer só comboios de passageiros podemos usar os nossos módulos de estações. Se, pelo contrário estivermos mais numa de mercadorias, aqueles módulos de fábricas, armazéns e terminais de contentores são chamados ao serviço.
Para que tudo isto funcione, os módulos têm que ser pensados de forma a que os seus extremos se possam ligar sem problemas funcionais, tanto no que diz respeito à parte eléctrica, como na parte física, com os carris de um módulo a terem que se encontrar com os do adjacente.
Estes factores levaram a que se fossem construindo várias normas, onde, de forma precisa, são definidas dimensões, cablagens eléctricas, fichas de ligação, etc. Das várias normas existentes a que eu utilizo é a norma Maquetren, desenvolvida pela revista com o mesmo nome na década de 1990. Ao longo de todos estes anos vários modelistas foram construindo um conjunto de módulos que, tal como o número de modelistas, cresce de ano para ano, o que permite que duas vezes por ano se realizem encontros ibéricos com layouts formados por esses módulos e que por várias vezes ultrapassaram os 100 metros de comprimento.
Curiosamente, nos primeiros encontros os layouts formados pelo conjunto dos módulos eram a tradicional forma oval, com algumas curvas e reentrâncias pelo meio. Actualmente os esquemas já são ponto-a-ponto, tendo nos últimos encontros sido usado um esquema em Y com duas pernas em via dupla e uma terceira em via única.
No próximo post apresenterei sumariamente a norma Maquetren.

Apresentação

Viva.
Esta aventura dos blogs viciou-me. Depois da minha Casa do Iberista (a qual se irá manter viva) resolvi criar Os meus módulos.
Aqui pretendo apresentar o que eu vou fazendo nessa fascinante actividade que é o modelismo ferroviário e também tentar cativar novos adeptos para a mesma, mostrando como se faz e como não se faz (sim, tenho muito material para apresentar sobre isto).
Espero que gostem!